segunda-feira, junho 26, 2006

Uma elegia

Os "trinta e nove de 2003" já não somam mais o mesmo número. Uma subtração tira do todo a graça, a leveza que ainda havia; macula a lembrança do muito que houve de bom, o que não lograra fazer o pouco que houve de ruim, nessa trajetória... Mas não é uma subtração qualquer, é perda mesmo. Sentida, dolorosa. Da pior espécie. Aquela que vem, castiga, deixa a dor, e não traz um porquê, um alento de sentido, nada. Perda, pura e simples. Do tipo que já se anuncia no espírito antes que a aurora rompa, fazendo com que o dia que nasce não tenha força de desfazer o escuro da noite, o frio e o luto.

E nós, que aqui ficamos, tateamos por um sentido que, dolorosamente, não há.

Um dia, quem sabe, a força das boas lembranças pesará na conta final mais que o golpe, seco e cruel, do choque puro. Nesse dia, nós, que aqui ficamos, poderemos enterrar o pesar com o solo leve das boas memórias.

Até lá, ficamos com a dor.

Adeus, Diógenes, caro e gentil amigo. Que a paz, onde estiver, o acolha com carinho.

No mais, o silêncio...

Ele voltou!

E espero que venha muito bem carregado daquela qualidade admirável, a acídia.