quarta-feira, dezembro 13, 2006

O melhor (e o mais frustrante) do ano

VAI-SE MAIS UM ano, e é chegada a hora de recapitular os pontos altos que passaram. Cá está minha lista:

1. Música:
No universo pop, a melhor canção do ano vai para os Scissors Sisters, com "I Don’t Feel Like Dancing", com forte concorrência do Red Hot Chili Peppers ("Tell Me Baby") e Lilly Allen ("Smile"). Os runners-up incluem ainda Snow Patrol ("Chasing Cars"), Blue October ("Hate Me"), Basement Jaxx ("Take Me Home") e Muse ("Starlight").

Na música erudita, o que comprei e gostei mais foram os dois concertos para violoncelo, de Joseph Haydn, com interpretação de Jean-Guihen Queyras e a Freiburger Barockorchester.

A decepção do ano na música foi (shock and awe!) o sempre tão bom Sting e seu "Songs from the Labyrinth". Pensei: "Hmm, Sting tocando e cantando peças "elizabetanas" em alaúde, what’s not to like?", mas estava enganado. O resultado é chato de doer, principalmente pela elocução dele, que pareceu buscar o som pós-punk do Police. Uma frustração que só vendo!

2. Literatura
Li muita coisa interessante – o début do Houellebecq ("Extension du domaine de la lutte"), Claire Castillon ("Le Grenier"), as fixações de sempre (Borges e Eco, este com "Entre a Ironia e a Mentira", aqueles com os sempre lidos "Ficciones" e o "Libro de Arena"), acabei meus contos completos do Waugh (ah!), continuei não acabando a "Histoire de ma vie", do Casanova (two years and counting...), li umas quatro novelas do Ian Fleming (bom que só vendo, que coisa mais subestimada!), o primeiro Corto Maltese, do Pratt ("A Balada do Mar Salgado", e continuo preferindo os "Escorpiões do Deserto") e, afinal, dei cabo dos "Trinta Anos Esta Noite", do Paulo Francis. Acumularam-se para o ano vindouro uma biografia do Stálin, as obras completas do Fernando Pessoa, mais Casanova e umas coisinhas mais.

Disso tudo, acho que o melhor foi o Houellebecq, mesmo. Ainda não é tão bom, cáustico como nas partículas elementares, mas bem ao ponto na crítica da mediocridade do mundo moderno.

O mais so-so, digamos, foi a dona Castillon, que não convenceu com aquele troço esquisito de Mama Perle e Papa Whisky...

3. Comes & Bebes
Direto ao ponto! Melhor surpresa gustativa do ano: chocolate quente da confeitaria Gerbeaud, de Budapeste. Denso, escuro, forte, bom demais.

Maior frustração: a Sachertorte do Demel, em Viena. Atendimento péssimo (tá, mas isso "faz parte"), caro que só e aquela decepção de um bolinho seco e sem-vergonha, onde o damasco um dia foi uma tênue lembrança. Bom, vá lá, não fui conferir a do Hotel Sacher, mas tenho aqui a forte desconfiança de que seria outra ducha de água fria (brrrr!)

4. Brinquedinhos
Top of the pops: Sony Vaio e roteador wireless.

5. Vista
Melhor: Hofburg, Viena. Pior: Estação de trem em Praga.

6. Cinema
Não vi nada. O melhor certamente será o Casino Royale (expectativa mata?). Acho que a última vez em que gastei dinheiro para ver filme ruim foi com o Capitão Sky, em 2004. Filme ruim agora, só de graça, na televisão, ou em avião, de onde não dá para fugir.

7. Outros
Revista Piauí. Não chega a ser uma General, mas dá pro gasto. O pior nessa seara dispensa comentários.