quarta-feira, abril 26, 2006

Ainda sobre os fenômenos natimortos

AINDA MATUTANDO NO ASSUNTO do post anterior, e pensando nos vários casos similares ocorridos nos tempos recentes, penso se não está em curso uma síndrome de Werther entre jovens escritores! Especialmente nesse caso, em que -- como observou o Cid em seu comentário (e como pode ser observado pela matérioa do Globe) -- houve, indubitavelmente, o uso do expediente "copy and paste"...

Assim, trazendo cá comigo as imorredouras palavras de Mestre Morrissey,

If you must write prose and poem
The words you use should be your own
Don't plagiarise or take on loan
-- There's always someone, somewhere,
With a big nose, who knows
Who trips you up and laughs
When you fall.
Who'll trip you up and laugh
When you fall...

Penso: Pois é, que coisa é essa? Como imaginar que alguém, em algum lugar, não descobriria -- mais rápido do que você consegue dizer "supercalifragilisticespialidoso" -- o embuste? Hein? Hein?

Olha, ou há aí uma jogada de marketing muito amalucada, ou uma perversão auto-destrutiva ainda inominada que renderia uma boa história!

terça-feira, abril 25, 2006

Ars brevis, ou da efemeridade daqueles proverbiais quinze minutos no spotlight

EU QUE PASSO boa parte de minhas horas de vigília matutando -- seja ativamente, seja em modo background -- como produzir the next great timeless literary masterpiece do Cânone Ocidental(*), não deixo de registrar (com que sentimentos?) o espasmódico début flamígero de novos autores que parecem já, de prima, ter baixado um natural no chemin de fer... Tal qual o caso de Kaavya Viswanathan e seu "How Opal Mehta Got Kissed, Got Wild and Got a Life", sucesso de crítica apontado por Pierre Assouline no seu blog, La république des livres (taí na lista de links ao lado), que não só estreou com o maior advance pago a autor de tão tenra idade, mas também com o nada desprezível mérito de ter sido escolhido para adaptação às telas por Steven Spielberg (!). Eia pois que a efemeridade dos fenômenos de nossos tempos vem já cobrar seu quinhão da moçoila, rainha por um dia (como a chama Assouline no blog, hoje), na forma do mais tenebroso pecado mortal do mundo acadêmico-literário, a besta-fera da "p word", o acônito do escritor contemporâneo, a tal da suspeita de plagiarism! No caso, conforme apontado pelo The Boston Globe, suspeita bastante fundamentada.

É isso aí, se fosse fácil, não teria graça. E, ainda mais porque o tempo passa, e como já se disse por aí, não há nada de novo sob o sol...

(*) Nulum die sine linea, diziam os romanos. Será que conta ponto ficar pensando nas linhas que poderiam ter sido escritas?, penso eu

quinta-feira, abril 13, 2006